Pepé é acusado de aliciar pessoas para ajudar em roubos de cargasDivulgação

Rio - Pedro Henrique da Silva Santos, conhecido como 'Pepé', considerado foragido da Justiça pelos crimes de roubo e extorsão, foi indiciado pelo roubo de uma carga avaliada em R$ 2 milhões, ocorrido em março deste ano, na Avenida Brasil, altura de São Cristóvão, na Zona Norte. O criminoso ainda teria aliciado duas pessoas para ajudar na empreitada.
No dia 18 de março, um caminhão de uma transportadora buscou diversas roupas de marcas de luxo na Lagoa, na Zona Sul do Rio, para levar até a sede da empresa, na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. No entanto, o veículo foi abordado por criminosos armados, que estavam em motos, na pista central da Avenida Brasil antes de chegar ao seu destino.
Os suspeitos obrigaram o motorista a sair da rota programada, o que fez com que o caminhão bloqueasse. Por isso, os criminosos tiveram que empurrar o caminhão, com ajuda de outro veículo, até a Rua Carmen Velasco Portinho, em Benfica, na Zona Norte do Rio, onde toda a carga foi roubada.
Como ajudante do motorista do caminhão no dia do crime estava Denilson Januário Gomes, funcionário da transportadora. O homem prestou depoimento na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), onde o caso foi registrado, mas os agentes identificaram contradições entre o seu relato e as oitivas do motorista e de um outro ajudante que também estavam no caminhão.
Após ser questionado sobre a contradição, Denilson confessou que teve participação no roubo. Ele contou aos policiais que deu detalhes para Pepé, ex-funcionário da mesma transportadora, sobre a carga que era levada pelo caminhão e o local que o veículo passaria, facilitando assim o crime. Denilson ainda revelou que conseguiu o contato do criminoso através de Júlio Cesar dos Santos Monteiro, outro funcionário da transportadora, que também teria participação em outros casos parecidos de roubos de cargas.
Denilson e Júlio foram presos no dia 11 de abril. Pedro Henrique, que é evadido do sistema prisional desde 2019, segue foragido pelo crime. O Disque Denúncia divulgou um cartaz, neste domingo (28), pedindo informações sobre seu paradeiro.
Participação em outros roubos
Em seu depoimento, Denilson revelou aos policiais da DRFC que tinha conhecimento sobre a participação de Pepé em organizações criminosas que atuam no roubo e receptação de cargas roubadas. A função de Pedro seria aliciar motoristas e outros funcionários para ter informações sobre o conteúdo e valores da carga, assim como o itinerário e dados indicativos dos veículos de transporte, para que os produtos fossem roubados por criminosos liderados por ele. 
As investigações apontaram que Pepé dava uma certa quantia para os funcionários que informassem sobre as cargas. Diante da informação repassada por Denilson, que ganharia R$ 4 mil, o criminoso combinou o roubo de março junto com comparsas. 
De acordo com o apurado, Pedro Henrique aliciou o funcionário Júlio César para participar da quadrilha. A investigação identificou o envolvimento de Júlio em outros três registros de roubo, nos quais ele atuava como ajudante nos caminhões alvos dos criminosos. Todos os crimes foram realizados com o mesmo modo de operação: caminhões da transportadora eram abordados por criminosos encapuzados em motos e obrigados a levarem a carga para outro local.
Júlio César que teria passado o número de Pepé para Denilson, o que facilitou a combinação do crime realizado em março.