Cada um tem um lugar para ocupar na vida, o seu lugar próprio. É fundamental saber qual é ele, pois se trata de nosso direito de nascença.
Saber nosso lugar, ocupá-lo e saber exercer as tarefas que ele nos traz é fonte real de felicidade.
"Felicidade não é algo externo" – um amigo tenta me explicar. "Por exemplo", diz ele, "estou vivendo agora um momento difícil em minha família. A maneira como eu escolher passar este momento é que vai determinar meu estado de ânimo. Até certo ponto eu posso escolher ser mais ou menos feliz, apesar das circunstâncias".
Ocupar nosso lugar, cumprir nosso dever, é para isso que estamos aqui.
Um rei deve ser rei e exercer seu mandato com sabedoria. Trocar de lugar com alguém não vai resolver o problema; uma hora o que é nosso voltará e baterá à nossa porta. Diz a escritura hindu [o Bhagavad-Gita] que é melhor cumprir mal nosso dever do que cumprir bem o dever de outro.
Somos a soma e a subtração de tudo que já fizemos. Em nossas possíveis várias encarnações, quantos papéis diferentes devemos ter representado? O que somos hoje é o resultado dessa longa peregrinação. E a estrada continua, à nossa disposição, esperando que a percorramos. O caminho se apara ao se caminhar por ele.
Somos forjados nas intempéries mais do que nos momentos de bonança. 
Devemos ser o que somos na integralidade, não pela metade. Os mornos serão cuspidos durante o andar da carruagem.
Ser por inteiro o que se é, exercer livremente o direito de viver o que nos cabe.
Invejar é querer ter o que não nos pertence, é viver falsamente.
Sejamos verdadeiros. Só a verdade liberta. Liberdade, ainda que tardia.
Sigamos. Podemos. Vamos!