Pedro Sánchez, primeiro-ministro da EspanhaReprodução

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que permanecerá à frente do Executivo, depois de ameaçar renunciar devido ao assédio pessoal que afirma sofrer da oposição.
"Decidi continuar, continuar com ainda mais força, se possível", afirmou Sánchez em uma mensagem ao país no Palácio da Moncloa.
O anúncio acaba com o cenário de incerteza que começou na quarta-feira (24) da semana passada, quando Sánchez disse que teria alguns dias para refletir sobre a renúncia, depois de criticar o "assédio" da direita e da extrema-direita contra sua família, após a divulgação da abertura de uma investigação judicial contra sua esposa, Begoña Gómez, por suposta "corrupção".
"Assumo diante de vocês o meu compromisso de trabalhar sem descanso, com firmeza e com serenidade pela regeneração pendente da nossa democracia", acrescentou o líder socialista, que permaneceu em total silêncio nos últimos dias, sem revelar pistas sobre a sua decisão.
As manifestações em Madri e outras regiões da Espanha no fim de semana "influenciaram decisivamente a minha reflexão", declarou Sánchez, que, com o anúncio desta segunda-feira, acabou com a possibilidade de novas eleições, apenas um ano após as últimas legislativas.
Sánchez, 52 anos, está à frente do governo espanhol desde 2018, com três mandatos distintos, depois de estabelecer alianças parlamentares com a extrema-esquerda ou com os nacionalistas catalães e bascos.
"Há apenas uma maneira de reverter esta situação", disse, em referência ao que considera uma degeneração do debate político, "que a maioria social, como fez nestes cinco dias, se mobilize em uma aposta determinada pela dignidade e o bom senso".
Desta forma, seria possível impor um "freio à política da vergonha que sofremos há muito tempo, porque isto não envolve o destino de um dirigente determinado, isso é o de menos, trata-se de decidir que tipo de sociedade queremos ser".