Josh Wander é sócio-fundador da 777 PartnersRafael Ribeiro / Vasco

Rio - A 777 Partners se posicionou sobre a decisão da Justiça de conceder liminar e afastar a empresa do controle da SAF do Vasco. Em nota divulgada nesta quinta-feira, 16, ela pontuou que recebeu a notícia com surpresa e indignação. Além disso, destacou que ainda não teve acesso aos autos para responder legitimamente.
"É uma aberração jurídica e coloca em xeque não apenas o futuro do Vasco da Gama, mas o sistema do futebol brasileiro como um todo. Somos investidores internacionais, confiamos no Brasil e na Lei da SAF, projeto criado para permitir a recuperação de grandes clubes por meio de injeção de capital e gestão profissional", diz um trecho da nota.
Em outro momento, a 777 garante que não deixou de cumprir com uma cláusula sequer. A empresa também pontua que o episódio, mesmo em caráter liminar, trará efeitos negativos para a equipe.
"A insegurança jurídica provocada pelo fato ameaça também o futuro do futebol brasileiro. Não há dúvidas de que trará consequências desastrosas para a Lei da SAF. A pergunta que fica é: que empresa terá coragem para investir milhões de dólares em uma SAF com o risco de perder o poder de comando do dia para a noite em uma canetada, sem ter cometido uma única infração contratual?", diz a 777 em outro momento.
VEJA A NOTA DA 777 PARTNERS
A 777 Partners recebeu com surpresa e indignação, por meio dos veículos de comunicação, a decisão, em caráter provisório, de afastar a empresa do comando do Vasco SAF.
A liminar, proferida durante a noite em um caso no qual não tivemos acesso aos autos para responder legitimamente, é uma aberração jurídica e coloca em xeque não apenas o futuro do Vasco da Gama, mas o sistema do futebol brasileiro como um todo. Somos investidores internacionais, confiamos no Brasil e na Lei da SAF, projeto criado para permitir a recuperação de grandes clubes por meio de injeção de capital e gestão profissional.
Desde a aquisição de 70% das ações da Vasco SAF, não deixamos de cumprir uma única cláusula contratual com o CRVG, injetamos mais de R$310 milhões no caixa, aporte essencial para iniciar um projeto de reconstrução do clube. Formamos um novo Vasco, onde os salários de atletas e funcionários são pagos em dia, credores são respeitados e dívidas são quitadas, fatos raros no futebol brasileiro.
O trabalho de reconstrução é agora suspenso por uma decisão monocrática, sem nenhum embasamento legal e motivada pelos desejos egoístas da nova administração. O episódio, ainda que em caráter liminar, certamente trará efeitos negativos para o time de futebol.
A insegurança jurídica provocada pelo fato ameaça também o futuro do futebol brasileiro. Não há dúvidas de que trará consequências desastrosas para a Lei da SAF. A pergunta que fica é: que empresa terá coragem para investir milhões de dólares em uma SAF com o risco de perder o poder de comando do dia para a noite em uma canetada, sem ter cometido uma única infração contratual?
Lamentamos profundamente a posição belicosa e intransigente dos novos dirigentes do CRVG, em especial de seu presidente, que nunca se dispôs a discutir soluções para o Vasco no foro adequado, as reuniões do Conselho de Administração da SAF.
Enquanto fomos atacados publicamente pelos novos representantes da associação, seguimos trabalhando diuturnamente pelo Vasco e honrando todas as nossas obrigações. Há uma semana, por exemplo, anunciamos o maior contrato de patrocínio da história centenária do clube.
Queremos reafirmar nosso compromisso com o Vasco e sua enorme torcida, logo que as condições para que o processo de reconstrução do clube sejam restabelecidas, com a reversão da decisão.
Reiteramos nossa confiança na Justiça e nas leis do Brasil e temos absoluta certeza de que a absurda liminar será derrubada quando a 777 Partners for notificada e puder apresentar a defesa no processo.
DIRETORIA ADMINSTRATIVA DO TRIÊNIO 2021-2023 SE POSICIONA
A gestão do ex-presidente do Vasco Jorge Salgado também se manifestou por meio de nota. A antiga diretoria disse que recebeu a informação com "enorme preocupação". Ademais, acredita que a situação lança "o Vasco da Gama numa aventura jurídica de consequências imprevisíveis". 
Foi com enorme preocupação que recebemos a informação que, por solicitação do CRVG, foi obtida ontem a noite (15/5) uma decisão liminar, em primeira instância, suspendendo os efeitos do Contrato de Investimentos e do Acordo de Acionistas da Vasco SAF, assim como os direitos societários do investidor, devolvendo o controle da Vasco SAF ao clube associativo. Essa situação, sem precedentes, lança o Vasco da Gama numa aventura jurídica de consequências imprevisíveis, podendo colocar em risco, inclusive, a própria viabilidade das Sociedades Anônimas do Futebol.

O retorno do controle acionário da SAF para a associação, originado por ato monocrático da Diretoria Administrativa, reverte a decisão de profissionalização do futebol tomada pelo quadro social do CRVG, por ampla maioria, em duas Assembleias Gerais de sócios. O modelo de SAF absolutamente profissional, com sócio controlador externo, foi ratificado novamente pelos sócios do clube no pleito eleitoral de novembro passado, onde o candidato que venceu as eleições por ampla margem defendia a continuidade do modelo e o que foi derrotado pregava o rompimento do contrato da SAF. Com o clube associativo novamente do comando da SAF, muitos vascaínos se sentem assombrados com a possibilidade da volta de um passado sombrio que imaginavam sepultado.

Está claro, pelo noticiário a respeito da 777 Partners, que o CRVG tem justa razão para buscar resguardar seus direitos na sociedade. Em uma situação de normalidade empresarial, esses atos deveriam ser tomados no âmbito do Conselho de Administração da Vasco SAF, onde o sócio CRVG tem dois assentos e prerrogativas contratuais e estatutárias muito bem definidas para garantir seus direitos.

Causa muita preocupação que a suspensão, em caráter liminar pela justiça, dos efeitos do Contrato de Investimentos e do Acordo de Acionistas, que protegiam os direitos do CRVG, possa acabar gerando graves fragilidades para o clube num momento que o investidor tinha a obrigação líquida e certa de aportar de quase R$ 300 milhões em setembro próximo, sob pena de perder suas ações não integralizadas em definitivo. Essa seria uma solução contratual que permitiria um recomeço sem litígios e riscos reputacionais ou econômicos.

De nossa parte devemos esclarecer que durante nossa gestão a 777 Partners aportou a integralidade dos recursos previstos em contrato. É verdade que houve um atraso no pagamento do segundo aporte, que ensejou, inclusive, uma notificação do CRVG à 777 Partners, e que o mesmo foi quitado em seguida, com pagamento de juros. Também procede a informação que a Vasco SAF celebrou, no segundo semestre de 2022, um contrato de empréstimo com uma empresa do Grupo 777, sem o conhecimento ou aprovação do CRVG, o que ensejou diligente atuação dos nossos representantes que culminaram com a instituição de normativas internas que impedem que novos procedimentos dessa natureza sejam feitos sem a aprovação expressa do sócio CRVG. As informações sobre essa transação, que foi quitada com pagamento de juros, constam dos demonstrativos financeiros da Vasco SAF.

Como sócios e torcedores do Vasco expressamos nosso firme desejo que os sócios da Vasco da Gama SAF, CRVG e 777 Partners, iniciem imediatamente conversas francas, abertas e de boa fé para a busca de um entendimento que venha a encerrar o litigio judicial o mais rápido possível. E que nesse meio tempo, a diretoria profissional da Vasco da Gama SAF seja empoderada pelos sócios para continuar a gestão da companhia afastando qualquer risco de continuidade para seus negócios. Temos um técnico da equipe de futebol profissional a contratar, atletas que entram em campo em menos de uma semana e uma Instituição mais que centenária com uma missão a cumprir.


Rio de Janeiro, 16 de maio de 2024


Diretoria Administrativa CRVG
Triênio 2021-2023