Fernando DinizLucas Merçon / Fluminense FC

Rio - O Fluminense não é nem sombra do time que encantou nos últimos dois anos. A falta de consistência, principalmente fora de casa, se tornou uma marca negativa do time comandado por Fernando Diniz. No Brasileirão de 2022, o Tricolor foi o segundo melhor visitante e o desempenho foi determinante para terminar a competição em terceiro lugar. Porém, de lá para cá, isso se perdeu.
No Brasileirão do ano passado, o Fluminense venceu dois dos primeiros três jogos como visitante — perdeu para o Fortaleza com o time reserva. Depois da vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro, em Belo Horizonte, em maio, só voltou a vencer longe de casa pela competição nacional em novembro, contra o Santos, por 3 a 0, com um desempenho que lembrou o time de 2022.
A conquista da Libertadores no ano passado minimizou o péssimo desempenho tricolor como visitante no Brasileirão. Ao mesmo tempo em que ficou quase seis meses sem vencer fora de casa, o Fluminense venceu o Olimpia, em Assunção, no Paraguai, e o Internacional, em Porto Alegre, na campanha do título continental. Após a derrota diante do Corinthians, Diniz reconheceu a falta de consistência.
"É preciso saber que passou a Libertadores e a Recopa, e que o ano de 2024 começou. Precisamos melhorar bastante, principalmente na parte tática e na construção. Não adianta jogar bem um jogo e no outro não, jogar bem em casa e não jogar bem fora. Precisamos ter essa consistência e voltar o quanto antes a ser mais competitivo do que temos sido", disse o treinador.
O Fluminense tem 20% de aproveitamento como visitante no Brasileirão desde 2023. Se em 2022 foi o segundo melhor jogando fora de casa, no ano passado foi o terceiro pior. Uma queda drástica nos números. O desempenho em 2024, ainda no começo do campeonato, ligou o alerta: dois jogos e duas derrotas — Bahia (2 a 1) e Corinthians (3 a 0).
Nos últimos 21 jogos como visitante, o Fluminense soma três vitórias, quatro empates e 14 derrotas. Além disso, fez apenas 19 gols (média inferior a um por jogo) e sofreu 34 (média de quase dois por jogo). Já o desempenho como mandante, por sua vez, deixa evidente o contraste: 14 vitórias, cinco empates e duas derrotas (74% de aproveitamento).
"Temos que continuar trabalhando e ajustando, se concentrar mais. Sabemos que temos a capacidade de não errar. Em 2022, quando cheguei aqui, nós não cometíamos esses erros. Nós treinamos muito. É uma questão da gente no jogo, talvez estar mais compenetrado naquilo, não achar que aquilo é uma coisa natural. É uma coisa que o time sabe fazer e eu acredito que vamos corrigir", afirmou Diniz.
Desempenho como visitante no Brasileirão desde 2023:
América-MG 0 x 3 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Fortaleza 4 x 2 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Cruzeiro 0 x 2 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Botafogo 1 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Corinthians 2 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Goiás 2 x 2 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
São Paulo 1 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Coritiba 2 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Grêmio 2 x 1 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Athletico-PR 2 x 2 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Vasco 4 x 2 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Cuiabá 3 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Bragantino 1 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Atlético-MG 2 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Bahia 1 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Internacional 0 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Flamengo 1 x 1 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Santos 0 x 3 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Palmeiras 1 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2023
Bahia 2 x 1 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2024
Corinthians 3 x 0 Fluminense — Campeonato Brasileiro 2024

Dificuldade para encontrar desempenho ideal

Em 2024, o Fluminense ainda busca encontrar o desempenho ideal. O Tricolor começou a pré-temporada tarde por conta da participação no Mundial de Clubes, em dezembro. Os jogadores anteciparam o retorno aos gramados visando aprimorar o ritmo para a Recopa. Ainda longe do que já foi, superou a LDU, do Equador, e conquistou o título. Mas caiu na semifinal do Carioca, sendo dominado pelo Flamengo.
A eliminação no Carioca deu quase 20 dias de preparação para o Fluminense. Foi a pré-temporada que o time não teve. O principal foco foi aprimorar a parte física dos atletas. As lesões tem sido um problema neste ano — o dobro em comparação com o ano passado inteiro. Lelê, por exemplo, está fora da temporada, enquanto André ficará entre 6 a 8 semanas fora. Já nomes como Gabriel Pires jogou apenas duas vezes.
A dificuldade para encontrar uma solução para a saída de Nino também tem sido um fator crucial para a queda de rendimento do Fluminense. O zagueiro era fundamental na saída de bola, e isso se perdeu. Manoel, Felipe Melo e Thiago Santos não conseguem entregar da mesma forma. Diniz tentou improvisar Martinelli e André, mas perdeu em estatura. Assim, o Flu de Diniz tem sido presa fácil para todos os adversários que fazem uma marcação pressão.
"Não sei se essa é a palavra exata (recalcular rota), mas estamos tentando ajustar isso não é de hoje. Nós estamos tentando nos encontrar na temporada de uma maneira mais consistente. Estamos abaixo em rendimento e resultado. Precisamos de consistência e parar imediatamente de errar, que o modelo de jogo não permite. São erros muito fáceis de serem evitados", pontuou Diniz.
Com a derrota, o Fluminense caiu cinco posições na tabela e agora ocupa o 15º lugar, com quatro pontos. O Tricolor volta a campo na próxima quarta-feira (1), às 16h (de Brasília), contra o Sampaio Corrêa-MA, no Espírito Santo, pela terceira fase da Copa do Brasil. Depois, a delegação tricolor permanecerá em terras capixabas para se preparar para o confronto com o Atlético-MG, sábado (4), no mesmo horário e local.