É impressionante a clarividência de Helena Blavatsky – fundadora do Movimento Teosófico moderno – ao proferir estas palavras em finais do século dezenove: “Até agora, o materialismo apenas conduziu a uma tendência universal à unificação no plano material e a uma diversidade correspondente no plano do pensamento e do espírito. É esta tendência universal que, ao impulsionar a humanidade através da sua ambição e ganância egoísta, a uma busca incessante pela riqueza e à obtenção a qualquer preço das supostas bênçãos desta vida, faz com que ela aspire, ou melhor, gravite para um nível, o mais baixo de todos – o plano da aparência vazia.
O materialismo e a indiferença para com todos, exceto a realização egoísta da riqueza e do poder, e a superalimentação da vaidade nacional e pessoal, levaram gradualmente as nações e os homens ao esquecimento quase total dos ideais espirituais, do amor à natureza e da correta compreensão das coisas.
Devido à marcha triunfante e à invasão da ‘civilização’, a Natureza, assim como o homem e a ética, é sacrificada e está rapidamente tornando-se artificial. Os climas estão mudando e a face do mundo inteiro em breve será alterada. Sob a mão assassina dos pioneiros da civilização, a destruição de florestas primitivas inteiras está levando ao esgotamento dos rios...
Os países quase tropicais estão agora tornando-se frios e chuvosos, e as terras férteis ameaçam ser em breve transformadas em desertos arenosos. Mais alguns anos e não restará, num raio de oitenta quilômetros em torno das nossas grandes cidades, um único local rural inviolado da especulação vulgar. ...
Nesse ritmo, as pessoas não olharão para a posteridade, pois nunca olharão para trás, para os seus antepassados.”
Assim caminha a humanidade. E nós?