Com poços maduros em operação, o desempenho da Bacia de Campos ganha destaque Foto Guilherme Schmidt/Agência Petrobras

Campos - O potencial do estado do Rio de Janeiro na produção de petróleo e gás no país está diretamente ligado à revitalização dos campos maduros da Bacia de Campos, com a expansão da atividade e diversidade de produtores. A constatação nasce de dados apontados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Os detalhes chegam, a partir desta segunda-feira (6), à OTC Houston 2024, nos Estados Unidos, maior Conferência de Tecnologia Offshore do planeta, levados pela federação; que participa do evento em estande próprio no Pavilhão Brasil da OTC Houston.
Em parceria com a ApexBrasil (que atua divulgando o potencial brasileiro para o mundo) a Firjan também apresenta às empresas internacionais os serviços oferecidos pelos Institutos de Tecnologia (ISTs) e de Inovação (ISIs) do SENAI e do SESI, os cursos de qualificação profissional, assim como as parcerias internacionais vigentes.
De acordo com a instituição, a Bacia de Campos começa a mostrar mais resultados, com aumento de 17% nos volumes produzidos em 2024, alcançando média anual próxima dos 800 mil barris/dia; dos quais, 80% da produção foram em águas fluminenses, contando com entrada de operações das plataformas FPSO Ana Nery e FPSO Anita Garibaldi no campo de Marlim.
O vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, relata que o Rio de Janeiro é o principal destino das oportunidades de óleo e gás do país: “Além dos diversos benefícios economicamente e sociais que o petróleo atrai, precisamos cultivar os novos mercados relacionados à transição e integração energética a partir das expertises que já desenvolvemos”, defende.
Caetano sugere, por exemplo, viabilizar projetos de eólica offshore e hidrogênio no norte fluminense: “Isso sem deixar de lado a renovação de nossas reservas de petróleo com campanhas exploratórias nas águas fluminenses, mas também nas novas fronteiras”, enfatiza apontando que também a Bacia de Santos, principal região petrolífera do país, aumentou em 12% a produção de óleo no passado, alcançando a média de 2,5 milhões de barris/dia.
MAIOR ATENÇÃO - “Nesta região, o estado fluminense responde por 90% do que é extraído”, observa o vice-presidente realçando que, “com isso, em 2023, o Rio de Janeiro aumentou sua representatividade na produção nacional, alcançando 86% do volume total, com 2,9 milhões de barris/dia, dos quais 2,3 milhões foram oriundos de campos no pré-sal”.
O estudo da Firjan destaca ainda a necessidade de maior atenção quanto à reposição de reservas, considerando que a perfuração de poços exploratórios segue em queda. “Mesmo com o Rio reforçando seu potencial ao representar 75% dos poços de exploração perfurados em 2023, os poços de exploração perfurados no país caíram de 11 para apenas oito”, exemplifica Caetano.
A arrecadação governamental em 2023, a partir da produção de petróleo, é outro ponto destacado: “Em função do câmbio e dos preços do barril no ano passado, houve queda na arrecadação. Mas, mesmo assim, os números atingiram valores significativos, impulsionados pelo aumento da produção”, assinala falando também sobre royalties e participação especial.
“Os valores totais no país em royalties e participações especiais alcançaram a segunda maior cifra da série histórica, com mais de R$ 93 bilhões”, avalia Caetano concluindo: “Dada a sua representatividade na produção e os impactos decorrentes da atividade petrolífera, o Estado do Rio e os municípios fluminenses, entre participações especiais e royalties, receberam cerca de R$ 42 bilhões do montante total”.