Trabalhadores reforçando um dique na margem do rio GuaíbaAFP

O nível do Rio Guaíba, em Porto Alegre, continua subindo neste domingo (5). Nesta manhã o patamar chegou a 5,3 metros, de acordo com a régua da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA) e Agência Nacional de Águas (ANA). Desde 1941 o rio não atinge níveis tão altos.
Em novembro de 2023, quando o Rio Grande do Sul também sofreu com enchentes, o lago alcançou um pico de 3,46 metros. A cota de inundação no Guaíba é de 3 metros, conforme o Centro Integrado de Coordenação de Serviços (CEIC) da capital gaúcha.
No sábado (4), a Defesa Civil do estado do Rio Grande do Sul emitiu um alerta para chuvas e ventos fortes, com descargas elétricas e possibilidade de queda de granizo em parte do estado, incluindo a capital gaúcha. 

Além disso, a Defesa Civil divulgou um novo mapa com as áreas em risco pela cheia do Guaíba.
O avanço das águas do Guaíba já provocou alagamentos em algumas vias, na rodoviária de Porto Alegre, no Centro Histórico da capital gaúcha e de vários bairros.
Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil, foram confirmadas 75 mortes decorrentes dos temporais que atingem o estado. Outras seis mortes ainda estão em investigação e 155 pessoas estão feridas e 103 estão desaparecidas. 
Os dados ainda mostram que mais de 88 mil estão desalojadas e mais de 16 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 334 cidades foram afetadas e mais de 780 mil pessoas sofrem com as inundações.
Em coletiva, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que o estado precisará de um "Plano Marshall" para reconstrução.
"O Rio Grande do Sul vai precisar de uma espécie de Plano Marshall de reconstrução", disse. "Um plano de excepcionalidade em processos, em recursos, em medidas absolutamente extraordinárias. Porque, como eu insisto, quem já foi vítima da tragédia não pode ser vítima depois da desassistência e da demora", completou Leite.
Leite reforçou que o momento "histórico" exige medidas "absolutamente extraordinárias, porque quem já foi vítima da tragédia não pode ser vítima depois da desassistência", declarou a jornalistas no início desta noite de sábado.

O governador gaúcho frisou que as diferenças políticas precisam ser colocadas de lado no momento em que o estado enfrenta fortes chuvas. "Temos que estar à altura do que a história nos exige, como lideranças públicas, colocando de lado qualquer diferença neste momento", afirmou.
Na última quarta-feira, 1º, Eduardo Leite declarou estado de calamidade pública. A medida foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial.
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.