Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública divulgação

Diante da crescente violência no Rio, cujos alguns índices confirmam a piora na segurança dos cidadãos, o investimento na inteligência da polícia se faz cada vez mais necessário e, neste contexto, a tão falada debatida Inteligência Artificial ou IA pode ser um reforço no combate à criminalidade e retomada da ordem.
Segundo dados do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em todo o Brasil, no primeiro trimestre de 2024, houve 82 mil registros de roubos de veículos, o que equivale a 37 veículos roubados ou furtados a cada hora no país. Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro – ISP apontam que no mesmo período o número de veículos roubados aumentou mais de 10% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Paralelamente a isso, outras modalidades de crimes também crescem. O roubo de celular na cidade do Rio, por exemplo, teve um aumento de 34% em março, na comparação com o mesmo mês período do ano passado. Foram quase 1.700 roubos, conforme base dos registros feitos na Polícia Civil. O roubo de cobre também cresceu. Nesta semana mesmo, ladrões invadiram a subestação de energia do metrô, fizeram os funcionários reféns por 4 horas e roubaram cabos, causando um transtorno generalizado, com dezesseis estações afetadas, todas na Linha 2, trecho que, entre 5 e 6h20 recebe, em média, 30 mil embarques. O resultado foi muita gente impossibilitada de se deslocar.
São muitas as frentes a serem combatidas, com criminosos cada vez mais ousados e destemidos. O roubo de carga é outro item que preocupa e, recentemente, o próprio ISP lançou uma nova versão da ferramenta de análise criminal ISPGeo, plataforma que disponibiliza aos policiais e demais órgãos de segurança pública do Rio os crimes no local exato do acontecimento. O ISPGeo 2.0 é de acesso restrito e para uso apenas de gestores públicos conveniados e das forças de segurança.
Os drones também estão sendo cada vez mais utilizados para monitoramento e junto com outros recursos tecnológicos devem se somar às estratégias policiais para combater a violência e os grupos criminosos organizados. Precisamos ter a tecnologia e a Inteligência Artificial como aliadas da segurança pública no combate à violência e para ações mais assertivas e eficazes.
*Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública