A devastação do Garimpo na Amazôniafoto Agência Brasil

Um dos mais antigos meios de comunicação de massa, continua se reinventando e mantendo sua relevância, especialmente através do seu moderno braço comunicacional, o podcast. Dos tradicionais, o rádio é o veículo que mais tem se beneficiado das mídias sociais para alavancar sua programação e manter sua interatividade. Além disso, é até hoje, o único que consegue penetrar nas áreas mais remotas do país. Por conta dessas características foi escolhido para abrigar a campanha “Qual o preço do ouro? Benefício de poucos, prejuízo de muitos!” contendo uma série especial de programas e spots informativos.
As emissoras que formam a rede foram escolhidas estrategicamente, de acordo com a abrangência, audiência e proximidade das áreas com maior incidência de mineração em Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
"O rádio é o meio de comunicação mais ouvido na Amazônia devido à distância geográfica e à infraestrutura. Ele chega nas regiões mais afastadas, como comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas, onde outras tecnologias encontram limitações. Para esses povos e comunidades, o rádio é o único canal de informação, inspirando muitos a lutar por seus direitos", destaca Ana Caroline Lira, comunicadora da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM
Ouro de Tolo
Inicialmente foram produzidos cinco programas especiais veiculados no podcast Ecos da Amazônia, da REPAM-Brasil e em estações radiofônicas da região. Os diálogos trazem informações educativas sobre os impactos do garimpo, fiscalização, conservação ambiental e cuidados com a população. 
"Deveria haver campanhas de boicote ao ouro, inclusive dentro da própria Igreja. Ainda não foram implementadas no Brasil regras que imponham o rastreamento da cadeia de extração e venda do ouro; a própria restrição do comércio de mercúrio e investimentos permanentes na fiscalização dos voos e do comércio de máquinas pesadas para o garimpo são medidas eficazes para enfrentar essa ilegalidade", declara o Padre Dário, missionário colombiano e assessor da REPAM-Brasil.
A busca pelo ouro na Amazônia tem crescido, impulsionada pela demanda e cenário político favorável ao garimpo. Segundo o Ministério Público Federal, 1 kg de ouro representa cerca de R$ 1,7 milhão em danos ambientais, superando em dez vezes o preço real do minério. O comércio ilegal cresceu nos últimos anos, usando meios sofisticados para a extração e venda, utilizando documentos falsos e aplicando subornos para evitar a fiscalização.

O Preço do Ouro
Estabeleceram-se na região facções do crime organizado empregando meios violentos como intimidações, expulsões e assassinatos. Segundo rastreamento do WWF realizado em 2018, mais de 80% do minério retirado da Amazônia tem como destino a Europa (39%) e a América do Norte (44%).
Cerca de 66% de todo o ouro sobre a terra está no setor de joias, barras e moedas. Os bancos nacionais ou comerciais também adquirem uma parte substancial na forma de reservas (17%). No mundo, 81% deste minério sai do tríplice fronteira amazônica Brasil, Colômbia e Peru e 69% vai para direto para três países compradores: Canadá, Suíça e EUA.

Contatos do Colunista Luiz André Ferreira
e-mail: pautasresponsaveis@gmail.com 
Twitter: https://twitter.com/ColunaLuiz 
Instagram: https://www.instagram.com/luiz_andre_ferreira/ 
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/luiz-andr%C3%A9-ferreira-1-perfil-lotado-