Carla Chaves denunciou o golpe em suas redes sociais Reprodução / Redes Sociais

Rio - Uma mulher foi denunciada por falsificar um pedido médico e utilizá-lo para arrecadar dinheiro nas redes sociais. A história foi contada pela psicopedagoga Carla Chaves que montou uma campanha, com a irmã e amigos, para ajudar Denise Leite a custear uma suposta cirurgia neurológica, chamada Craniectomia, que ela alegou que se submeteria e que faltava cerca de R$ 2.500 para conseguir pagar o procedimento.
O projeto, no entanto, durou menos de uma semana. Os amigos começaram a pedir as doações no último dia 14 e no dia 19 Carla procurou a médica envolvida na situação para esclarecer os fatos. A denúncia foi realizada em 20 de abril. 
“Nós morávamos no mesmo prédio e crescemos juntos. Ainda temos alguns contatos em comum e ela mandou mensagem para uma amiga minha. Decidimos ajudar, mas no meio da campanha começamos a achar alguns comportamentos estranhos”, explicou Carla.
Segundo a psicopedagoga, Denise começou a pedir que o grupo continuasse divulgando o pedido de ajuda, mesmo já tendo arrecadado o valor necessário. Desconfiada, a profissional contou que foi pesquisar e encontrou outra campanha semelhante, realizada em fevereiro pela mulher.

Ela então resolveu procurar a médica que teria realizado o pedido do exame, através de um e-mail disponível no receituário. Segundo Chaves, ela confirmou que o papel e o carimbo eram seus, mas a letra não.

A neuropediatra, que não quis se identificar, já denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e na Polícia Civil. Carla contou que inicialmente a profissional não entendeu a situação já que nem atende adultos.

“Ela ficou muito perplexa. Ligando os nomes, ela chegou a conclusão que uma pessoa que trabalhou com ela é parente próximo da Denise. Então, isso não era algo restrito somente à Denise, envolvia mais pessoas”.

Após descobrir a fraude, Carla ainda entrou em contato com mulher acusada de aplicar o golpe. Ela afirmou que devolveria o dinheiro arrecadado, mas a bloqueou em seguida.
A ocorrência foi registrada na 77ª DP (Icaraí). A corporação informou que "a investigação está em andamento e diligências estão sendo realizadas para esclarecer todos os fatos".

“Nós precisamos aceitar, digerir, entender, e tomar as medidas legais necessárias, sem usar a nossa empatia com quem está fazendo coisa errada. O que aconteceu foi um crime. Eu me sinto parte de um crime que eu não cometi”, desabafou a psicopedagoga.

O DIA tenta contato com Denise Leite. O espaço está aberto para manifestação.