Por tiago.frederico

Rio - Nasce no Rio de Janeiro o primeiro fruto da “Encíclica Verde”, documento escrito no ano passado pelo Papa Francisco que trata questões socioambientais mundiais. E quem faz as honras por aqui é a Igreja de São José, na Lagoa. Ela embarcou na onda da sustentabilidade e até o final de abril terá placas de captação de energia solar para abastecer sua rede elétrica. A mudança vai gerar uma economia de mais de R$ 20 mil ao ano para a Paróquia.

Padre Omar Raposo, pároco da Igreja de São José, apostou na ideia de energia autossustentável influenciado pelo trabalho de conscientização realizado pelo Papa Francisco ao escrever a Encíclica Si, conhecida como a ‘Encíclica Verde’.

Conhecida como a igreja de vidro da Lagoa%2C a paróquia de São José celebrou ontem a missa de RamosMaíra Coelho / Agência O Dia

Desde que assumiu a coordenação da Igreja, em setembro do ano passado, Padre Omar vem desenvolvendo melhorias em sua estrutura. Iniciou a reforma do órgão, estuda um novo projeto de iluminação para os jardins ao redor da paróquia e instalou, no fim de semana, a fonte de São José, onde as pessoas prendem cadeados a uma grade e fazem seus pedidos.

Além disso, o padre conta que foram instalados novos equipamentos de ar-condicionado, o que elevou ainda mais as contas de luz. “Com a mudança para o aproveitamento da energia solar a gente espera economizar mais de R$ 20 mil ao ano com as contas”, explica.

Após a assinatura do contrato de instalação das placas, o pároco diz que outros padres já o procuraram para saber mais sobre a tecnologia. “Acredito que podemos influenciar outras paróquias a aderirem a esse projeto sustentável. O padre Gilmar Florentino, que atua no subúrbio do Rio, me procurou assim que soube da assinatura do contrato”, diz.

Como a igreja pode ser vista de diversos pontos turísticos da cidade, o Padre fez questão de pensar um projeto que unisse sustentabilidade e design.

“As placas serão instaladas no teto de nossa paróquia em formato de cruz. . Além disso, tem um projeto de iluminação em Led. A ideia é que seja visto, também, durante a noite”, frisa o Padre Omar.

Muito querido por seus fiéis, ele diz ter todo o apoio da comunidade cristã de sua paróquia. “Quero trazer inovação tecnológica para melhor acolher as pessoas”, explica.

Atualmente, a empresa responsável pela instalação das placas de captação de energia solar atende a 120 clientes espalhados por todo o país, entre residências, pequenos comércios e grandes consumidores.

Diogo Zaverucha, presidente da empresa responsável pela instalação, diz que um projeto médio, com 20 placas solares, custa em torno de R$ 45 mil.

Ele conta também que no caso da energia solar produzida não ser totalmente consumida, o excedente é injetado na rede local e o cliente é remunerado com créditos para consumir em energia distribuída pela concessionária. “Ao fim do mês, é feito um balanço. Se ele for positivo o cliente tem até 60 dias para consumir aquele valor em energia”, explica.

Você pode gostar