Por gabriela.mattos
Rio - Chegamos ao período de calor intenso. Como consequência das altas temperaturas, aumenta o consumo de água pela população e por hidrelétricas. Entre 2013 e 2015, o Sudeste passou por uma crise hídrica forte, que ainda não acabou.
Dados do Sistema de Informações Geográficas e Geoambientais das Bacias Hidrográficas dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim de 17 de outubro, mostram que o reservatório equivalente das represas localizadas no Paraíba do Sul — que transpõe água para o Guandu — está em 47,1%, número mais elevado do que o registrado em 2015, 6,2%, mas longe de ser tranquilo.
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Com isso, o que fazer? Conscientizar-se. Pode parecer banal, mas o ato de se ensaboar com a torneira desligada reduz o consumo de água de 150 litros para 45 litros. Além disso, é necessário ficar alerta a vazamentos ou torneiras mal fechadas. Uma torneira pingando por 24 horas desperdiça 45 litros de água. E isso pesa bastante na conta.
Mas não é somente a sociedade que precisa ficar atenta. As instâncias governamentais necessitam ter olhos para iniciativas que pretendem estruturar a segurança hídrica através da produção de água. E nisso a população pode e deve ser parceira.
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Um exemplo é o que está sendo feito em Rio Claro, no Sul Fluminense. Lá, acontece o Programa Produtores de Água e Floresta, que consiste em ações de restauração e conservação florestal de produtores rurais, que são compensados financeiramente. Os trabalhos são realizados na bacia do Rio Piraí e custeados pelo Comitê Guandu com recursos oriundos da cobrança pelo uso da água na bacia do Rio Guandu.
A empreitada, iniciada em 2008, restaurou 560 hectares e conservou 4.562 hectares de cobertura florestal. Algumas nascentes, que estavam secas, voltaram a minar água. Mas é preciso ampliar iniciativas como essa. Na Bacia Hidrográfica do Guandu há o Programa Pagamento por Serviços Ambientais, que amplia o pagamento por serviços ambientais nas cidades banhadas.
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A parceria de todos é imprescindível: população, governo e sociedade civil. Todos temos que trabalhar em conjunto. Com o futuro que se vislumbra, precisamos ser conscientes para o uso adequado da água e enfrentar períodos de estiagem, sem desperdícios.
Julio Cesar Oliveira Antunes, diretor-geral do Comitê Guandu