Por gabriela.mattos
Rio - A Polícia Civil pediu, nesta quinta-feira, à Justiça a prisão preventiva de oito PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Coroa/Fallet/Fogueteiro, por tortura e estupro de vulnerável. O crime ocorreu no dia 25 de dezembro, em Santa Teresa, e foi divulgado com exclusividade pelo DIA.
Jordane Cabral da Silva, Vinicius de Amorim Tosta, Antônio Carlos de Oliveira, Diogo Santos Bocks da Silva, Helder Omena Ferreira Ribeiro, Rafael dos Santos do Amaral, Wesley Medina Assis e Carlos André Lourenço do Nascimento foram indiciados pela 6ª DP (Cidade Nova).
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Rapazes mostram marcas que teriam sido feitas com faca quente por policiais militares da UPP CoroaAlexandre Brum / Agência O Dia

Delegado titular da unidade, André Pieroni contou que a polícia analisou os depoimentos das vítimas e testemunhas, além de imagens e provas colhidas no inquérito. No dia 14 de janeiro, os PMs foram presos em cumprimento a mandado de prisão temporária, solicitado pela delegacia à 34ª Vara Criminal.

Na ocasião, quatro jovens que voltavam de uma festa na comunidade Santo Amaro, no Catete, denunciaram na 6ªDP que foram torturados e roubados por oito PMs. Eles voltavam de moto em Santa Teresa e, durante uma blitz, uma mulher foi baleada.
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Dois irmãos, de 23 e 20 anos, mostraram na delegacia ferimentos nas pernas e nos braços, segundo eles provocados com faca quente pelos policiais. Ambos relataram ter recebido socos no nariz. Um adolescente de 17 anos contou que teve o cabelo incinerado com isqueiro, o saco escrotal queimado com faca quente e que ainda foi obrigado a praticar sexo oral com o amigo enquanto um PM filmava a cena na rua.
“Abordaram a gente de forma agressiva, esquentaram a faca e cortaram a gente. Queimaram o cabelo dele (jovem de 17), obrigaram dois amigos a fazerem um vídeo explícito. Gravaram rindo e xingando. Falaram que quando pegarem a gente na rua de novo vão matar. Tudo porque a gente estava sem capacete na moto. Eles alegaram que estavam com raiva por estarem de serviço no Natal”, contou o rapaz de 23 anos.
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Segundo eles, todos foram obrigados a ficar nus na rua e os policiais ainda bateram nas orelhas de um garoto de 13 anos, que também prestou depoimento, e no peito de um quinto rapaz, de 21, que teria ido para o hospital com falta de ar. Os jovens disseram que o caso aconteceu na Rua Prefeito João Felipe e que voltavam para casa, no Rio Comprido.