Por rafael.souza

Rio - Após demitir o funcionário que teria ofendido dois entregadores de bebidas, na última sexta-feira, Dia da Consciência Negra, o restaurante Garota da Tijuca, que fica no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Rio, vem sofrendo retaliações de pessoas que frequentavam o local, de fornecedores e principalmente nas redes sociais.

Empresária pediu respeito nas redes sociaisReprodução

Na noite desta terça-feira, uma das donas do bar, fez um desabafo nas redes socias. De acordo com Simone Rezende, o local “vem sofrendo retaliações e ameaças principalmente nas redes sociais”.

Rezende disse, "o que cabia ao estabelecimento foi feito": a demissão do gerente. A empresária segue dizendo que “agora cabe à justiça a conclusão do processo” e as medidas cabíveis.

A proprietária disse que a empresa tem “35 funcionários, entre eles: brancos, negros, mulheres, nordestinos e etc”.
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Por conta das ofensas a proprietária pediu respeito as pessoas. “As mesmas pessoas que exigem respeito, deveriam dar o exemplo e serem respeitosas com quem está apenas querendo PAZ para poder trabalhar”, escreveu.
Entramos em contato com o restaurante Garota da Tijuca para o estabelecimento comentar as retaliações, no entanto, até o fechamento desta matéria, Simone Rezende não havia respondido das nossas mensagens e nem o local havia atendido as nossas ligações.
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Relembre o caso
No Dia da Consciência Negra, na última sexta-feira, o gerente do restaurante Garota da Tijuca, Ascendino Correia Leal, de 68 anos foi preso após ser acusado de injúria racial. Ascendino teria dado bananas a dois entregadores de bebidas. Os trabalhadores teriam se ofendido com a atitude do acusado e chamado a polícia. O gerente foi levado para a 19ª DP (Tijuca).
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No Boletim de Ocorrência (BO), os entregadores William Dias Delfim e Leonardo Valentim Silva Pereira disseram que o gerente havia afirmado “em homenagem ao dia de hoje, uma banana para casa um, pois vocês são da mesma raça". O agressor ainda teria dito que as bananas eram para todos, "pois todos eles eram da mesma raça". No registro da ocorrência, Correa, como é conhecido, teria tentado desfazer o constrangimento e entrou no restaurante rindo.
No mesmo dia, Ascendino pagou fiança de R$ 800 e foi liberado.
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Segundo o delegado da 19ª DP, Celso Gustavo Castello Ribeiro, o inquérito será encaminhado ainda essa semana para o Ministério Público. Se condenado Ascendino Correa Leal, pode pegar de um a três anos de prisão, além de multa.
Gerente demitido
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No início da tarde dessa terça, Ascendino foi demitido. O comunicado que foi divulgado no site do bar informava que “situações como essas são inadmissíveis” e que a direção do restaurante repudia atitudes ofensivas contra o estabelecimento e seus funcionários que, de alguma maneira, compactuam com algum tipo de comportamento discriminatório. A nota afirmava ainda que essa foi uma atitude “independente do funcionário. O texto termina pedindo desculpas aos “clientes e fornecedores”.
Protesto nas redes sociais
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Um evento no Facebook chamado de "Mais do que uma Banana para o Garota da Tijuca", chama as pessoas para que no próximo sábado à noite façam um boicote ao estabelecimento. Mais de 10 mil comparecimentos foram confirmados.
Evento no Facebook pede que a população boicote o restaurante Garota da Tijuca no próximo sábadoReprodução Facebook


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