Por adriano.araujo

Rio - Um chinês foi resgatado em condições semelhantes ao trabalho escravo em uma pastelaria de Vista Alegre, na Zona Norte da cidade. O resgate foi feito durante operação dos ministério Público do Trabalho (MPT-RJ) e do Trabalho e Emprego (MTE), com o Procon Estadual, nesta terça-feira.

De acordo com o MPT, o jovem, de 24 anos, trabalhava sem registro, todos os dias da semana das 8h às 20h30 ou até o fechamento da pastelaria. Eles chegaram até o local após uma denúncia e, segundo a procuradora do trabalho no Rio Juliane Mombelli, que participou da ação, embora a vítima tenha afirmado não sofrer maus tratos, a situação irregular, com falta de descanso semanal e jornada de trabalho exaustiva, configura situação similar a de escravo.

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O chinês não tem visto de trabalho e disse que veio para o Brasil, há cerca de um ano, com a ajuda de um amigo. Desde então, ele é o único funcionário na pastelaria, além dos patrões, um casal também natural da China. "O resgate vai possibilitar que o jovem peça visto de permanência no Brasil, caso seja de seu interesse, e ter sua situação regularizada como trabalhador com os direitos garantidos na legislação brasileira", explicou a procuradora.

Após acordo, o casal concordou em pagar indenização e os direitos trabalhistas ao jovem, que pretende continuar trabalhando no Brasil. Os empregadores também se comprometeram a regularizar a situação do empregado, que poderá tirar carteira de trabalho para ser contratado pela pastelaria com registro e recebimento dos direitos trabalhistas e cumprimento de jornada estabelecida em lei.

Esse é o quarto caso de trabalhadores chineses em situação similar a de escravo investigado pelo MPT no Rio de Janeiro. Ao todo, seis trabalhadores dessa nacionalidade já foram resgatados em operações conjuntas do MPT e MTE no Estado.

Em abril, investigação do Ministério Público do Trabalho identificou pastelaria onde, além de trabalho escravo, havia carne de cachorro congelada que era utilizada em salgados. A lanchonete, em Parada de Lucas, tinha chineses no comando da produção e na manutenção da ilegalidade de funcionários.

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