Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Jornalista com humor pode apontar erro de Presidente da República? O maravilhoso de toda esta discussão pública com o grande carnavalesco Paulo Barros é que isto põe a multidão para pensar, para exercitar o pensamento democrático. Não estou certo ou errado, ninguém está! Incluindo o importante artista que ele é, indispensável para a atualidade sapucaiana. 
Não há voz absoluta, que dê conta da totalidade do mundo, ou da Escola de Samba. São aspectos levantados, que devem ser raciocinados. E como é uma competição, aí os ânimos se exaltam porque pode parecer que se está torcendo, o que deve ser terminantemente proibido numa transmissão profissional do espetáculo. Ali precisa ser um olhar técnico que deixe ao espectador o julgamento de “gosto, não gosto”.
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Descreve o desfile com informações relevantes sobre o conteúdo, chama atenção para grandeza e erros, diz que caberá aos jurados ver ou não, pois é procissão em andamento.Quanto a mim, olho para uma televisão e acompanho os cortes de meus amados diretores. O que eles põem no ar, vou em cima e comento. Só levanto o olho fora da tela quanto eles dizem que acabou o passa-passa daquela escola. Portanto, meu olhar é um recorte televisivo, que socorre quem mora longe, tipo Acre ou Alagoas, e não tem um olhar tão apaixonado, quer saber mas não pode ser chato como aula. Carnaval é bom humor, alegria, entretenimento. E se eu puder chamar atenção para o aspecto cultural e de importância social do desfile, contem comigo, sempre que possível.
Estive conversando com a magnifica Claudia Raia no aquário Globeleza sobre a definição que faço dela: “a maior vedete da atualidade brasileira!”. Ambos consideramos o ser vedete a glória, pois esta vai da escadaria com plumas à inteligência e rapidez do número de plateia: aquela que, além de gostosa, tem a verve da comediante a da alegria. E aí ela disse: “muitos não entendem a vedete, acham que esta palavra é para a burra bonita, mas eu, Cláudia, sou super feliz com a sua definição!”.
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Isto tudo me ajuda, pois alguns me desqualificam como apenas um bom comediante do carnaval, como se comediantes fossem menores que esta supostas vozes sérias da folia (que muitos consideram um pé no saco!). Basta pensarmos que caricatos, humoristas, quase não ganham prêmio de atuação. Isto fica sempre para os ditos dramáticos. Porque será que o emplumado, sassariqueiro, e que muito estudou e tem talento, não pode ir além do pueril? Porque é menor fazer rir?
Grato ao velho prêmio Sambanet que me escolhe como Prêmio Especial do ano, ao lado do nota 10 Neguinho da Beija Flor, do deslumbrante Zé Katimba, e da edição incrível dos livros Familia do Carnaval (Nova Terra). Portanto, viva a Velha Guarda, que deve ser protegida sempre de chãos escorregadios. Não gosto que molhem a pista, não. Nem São Pedro!

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