Por bferreira
Rio - O mundo cristão, em sua vastidão, celebra com cânticos, orações, Missa do Galo, confraternizações, presentes e ceia o Natal do Menino Jesus, contagiando e atraindo até pessoas de outros credos ou ateus. A privilegiada exceção fica por conta de Belém do Pará, “... onde o menino Deus se apressa pra chegar / dois meses antes já nasceu, fica por lá / tomando chuva, se sujando de açaí ...”, como cantou Fafá de Belém para Francisco e as multidões incalculáveis da Jornada Mundial da Juventude, em Copacabana, a respeito da festa do Círio de Nazaré.
Guiados pela estrela, os Reis Magos seguiram rumo ao presépio ou estábulo, onde se recolhe o gado, com o afinco de presentear o filho de Maria. Este ato de nobreza evoluiu para a tradicional troca de presentes no Dia de Natal, impulsionando a economia ao fim de cada ano.
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No Brasil, a tradição natalina mescla religiosidade, culturas, artefatos, comidas e bebidas de diferentes procedências. Papai Noel se encarrega de alegrar as crianças. Luzes, decorações, árvore natalina e brinquedos emolduram as comemorações. Nas mesas, rabanadas, nozes, aletria, castanha, vinho e bacalhoada remetem a Portugal. Panetones, de origem milanesa do Norte da Itália, plenos de frutas cristalizadas, e seus derivados, os chocotones, rivalizam e disputam preferências. Mas o toque tropical viceja nos sabores das saladas de frutas, na farofa e até mesmo no chester, ultrapassando o costumeiro peru.
No entorno de natalinas guirlandas de fé, reuniões de amigos e familiares, comes e bebes, saudações, festejos, esperanças renovadas e motivações, a cada 25 de dezembro renasce o Menino-Deus embalado por canções que transcendem santuários, como a tradicional ‘Noite Feliz’, ou a popular ‘White Christmas’, escrita em 1936 por Irving Berlin. ‘Jingle Bells’ recorrentemente mostra a força de suas notas. Os álbuns de canções natalinas são uma tônica em países como os Estados Unidos. No Brasil, Simone, nascida em um 25 de dezembro, seguiu tal tendência. Antes, Assis Valente escreveu a natalina ‘Anoiteceu’: “O sino gemeu / e a gente ficou/ feliz a rezar”. Blecaute, mais tarde, entoou “Natal / Natal das crianças, Natal da noite de luz / Natal da estrela-guia / Natal do Menino Jesus”.
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João Baptista F. de Mello é coordenador do Roteiros Geográficos