Por bferreira

Rio - Os metroviários do Rio podem entrar em greve a partir da próxima terça-feira. Sem chegar a um acordo durante reunião feita ontem com representantes da concessionária Metrô Rio, o Sindicato dos Metroviários do Rio (Simerj) informou que a categoria irá parar caso a empresa não negocie. Com a incerteza, cariocas temem ficar a pé e já pensam em como se locomover pela cidade.

Metrô do Rio transporta em média 800 mil passageiros por dia em duas linhas que cortam a cidadeABr

A assistente social Mônica Luz, 51 anos, usa o metrô para ir do Centro até a Estação Colégio. Com o indicativo de greve, a rotina irá mudar. “Se tiver greve eu vou ter que ir de ônibus”, disse.

A estudante Angélica Alves, 27, acredita que os próximos dias não serão fáceis, mas afirma que são necessários para que haja mudança. “O transporte público que temos já não consegue atender com dignidade a quem dele precisa, apesar das tarifas absurdas praticadas”.

Os metroviários reivindicam 15% de correção salarial, referentes às perdas ocorridas com a inflação no período de 1º de maio de 2013 a 30 de abril de 2014. O mesmo percentual vale para a cesta básica e o tíquete-alimentação. As reivindicações fazem parte da tentativa de acordo coletivo até 2016.

“Apresentamos nossa proposta. A empresa disse que não poderia atender às reivindicações, mas também não apresentou nada. Queremos que a empresa negocie, o que não está acontecendo”, disse o presidente do sindicato, Heber Fernandes da Silva. A Metrô Rio informou apenas que as negociações com a categoria estão em andamento.

De acordo com o Simerj, a concessionária alegou que não reajustou o preço das passagens no ano passado e por isso não poderia conceder o reajuste pedido.

“O Metrô Rio bate recorde diário de passageiros. A média era de 650 mil por dia, está aumentando para 850 mil usuários por dia. A receita deles só aumenta. Além disso, eles recebem subsídio do governo do estado”, disse o sidncialista Antônio Luis.

O sindicato não fez estimativa da adesão de funcionários, mas disse que os empregados da área de operações (bilhetagem, manutenção, segurança e condução) apoiam a greve.

Segundo o diretor Antônio Luis, os metroviários de São Paulo, que já estão em greve, manifestaram apoio ao sindicato do Rio e ofereceram ajuda para a mobilização em outros estados.

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