Por caio.belandi

São Paulo - Um ator negro foi espancado, na madrugada de quarta-feira, após seguranças de um terminal de ônibus de São Paulo acharem que ele era um criminoso. De acordo com Diogo Cintra, ele fugia de bandidos que tentavam assaltá-lo e alega que os funcionários não o ajudaram por racismo.

O ator voltava para casa às 5 horas da manhã após sair de uma festa quando foi abordado por dois homens que pediram seu celular e dinheiro. Ele reagiu e tentou se abrigar no Terminal de Ônibus Parque Dom Pedro II, onde pediu a ajuda de uma segurança. Ela sugeriu que ele pedisse ajuda a seguranças homens, também do terminal.

Nesse momento, porém, os mesmos criminosos que haviam tentado roubá-lo chegaram ao local com um grupo maior de pessoas. Eles o acusaram de ser o ladrão e ter roubado o celular de um deles. Ele afirma que tentou convencer os funcionários de que era o dono do aparelho, mas foi forçado a ficar em silêncio. "Assumindo logo de cara que eu era o culpado, me entregaram pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui espancado por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro 'rio'", relatou Diogo em um post no Facebook.

Diogo argumenta que os seguranças acreditaram que ele era um criminoso apenas porque é negro. "O racismo mata todos os dias! Eu fui vítima não só de racismo, mas do absurdo e da violência que pessoas que tentam fazer 'justiça com as próprias mãos' são capazes", escreveu.

A São Paulo Transporte (SPTrans), responsável pelo terminal de ônibus onde aconteceu o caso, informou que "ao tomar conhecimento da ocorrência, a São Paulo Transporte (SPTrans) solicitou esclarecimento à Spurbanus, responsável pela administração do Terminal Parque Dom Pedro II, e vai colaborar com as autoridades para elucidar os fatos. A SPTrans repudia quaisquer atos de agressões e racismo e, se comprovadas as denúncias, solicitará o afastamento imediato dos envolvidos".

O ator ainda contou que foi atacado por cães que pertenciam ao grupo. Somente quando uma menina que os acompanhava pediu para pararem é que ele pôde escapar. Voltou para o terminal de ônibus e foi para a casa de um amigo que o levou para o hospital. Ele foi atendido e passa bem.

O ator terminou o seu texto com a pergunta: "Quantos Diogos ainda vão ter que passar por isso?"

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